Neste caminho de despertar,
começamos a ficar atentos ao que nos vai chegando, leve, levemente, como a neve
do poema.
E foi nesse chegar tranquilo que
conheci o Vida Macro.
Se há um projecto que ajuda a divulgar outras histórias
do bem, para que todos façamos cá do planeta um cantinho melhor, é este.
O António Barbot, mentor da ideia e
que nos faz chegar cada semana vídeos de gente inspiradora contou-me um pouco
mais sobre este magnífico propósito!
(c) Vida Macro |
Vida 1.0: Muito obrigada António por teres aceite passar de
entrevistador a entrevistado. Devo
dizer-te que o teu projecto do Vida Macro é mesmo inspirador! Como te surgiu esta ideia?
R: Olá Paula. Grato pelo teu interesse neste
trabalho e em quereres conhecer um pouco da pessoa que está quase sempre atrás
da câmara.
Esta ideia surgiu em 2013, quando estava a atravessar algumas mudanças na minha vida, uma delas relacionada com a
falta de vontade de comer carne. Na busca de alternativas, encontrei um workshop de
culinária macrobiótica, da Marta Varatojo. Era também dos poucos que
tinha disponíveis em termos de horário, e lá fui eu, não sabendo muito bem ao que ía.
Mas fiquei apaixonado
por esta nova abordagem, e achei incrível como era algo com pouca
divulgação, ou pelo menos com pouco conhecimento em geral. Daí veio
a vontade de ajudar a divulgar e falei na altura na produtora onde trabalhava, a Mixturas, para fazermos um programa piloto para
televisão. Chegamos a avançar com um piloto com o Instituto Macrobiótico de
Portugal, mas na altura não despertou o interesse suficiente dos canais nem de patrocinadores por ser considerado ainda um nicho muito
pequeno.
Passado um ano, decidi colocar esse episódio piloto no facebook, para perceber de que forma era recebido o formato pelo público em geral. Estive durante um ano a
ver a página de facebook crescer sozinha, sem publicações nenhumas, e em
Fevereiro deste ano decidi avançar e fazer o Vida Macro sozinho, pro bono, para ajudar a divulgar tudo aquilo e todos os que promovem saúde,
bem-estar e felicidade.
V1.0: O nome remete para inspiração macrobiótica mas do macro
fizeste um mundo amplo. Quais os temas que tentas divulgar? Tens uma linha de
áreas definida?
R: Realmente a inspiração do projeto é
macrobiótica, mas a macrobiótica não é uma abordagem fechada. É precisamente
aquilo que a torna, a meu ver, das mais equilibradas abordagens à vida. A macrobiótica
sugere práticas alimentares e de estilo de vida, adaptadas a cada pessoa, de
forma a aproveitar e promover todo o potencial de cada pessoa. Tendo em conta
que todos somos diferentes, desde o físico à personalidade, todos temos
necessidades diferentes e portanto não existe uma fórmula. Colocando em termos
de matemática, não existe uma equação certa, mas um conjunto de números e
variáveis que são trabalhadas e aplicadas a cada indivíduo.
Sendo assim, os temas que abordo
são todos aqueles que tem a possibilidade de tornar a vida de alguém melhor,
mais equilibrada, mais feliz; e isso tanto pode ser uma mudança de hábitos
alimentares, de estilo de vida, da aplicação de uma terapia física, ou
energética. Além disso, pretendo também mostrar temas que podem ser encarados
com preconceito ou mesmo ignorância. Portanto, da alimentação às terapias,
filosofias, educação… há tantos temas que fazem sentido, tantas áreas de
interesse, que é difícil falar especificamente dos que tento abordar. São os
que sinto que fazem sentido promover.
V1.0: Como investigas os projectos, como chegas até eles?
R: Ui, nem eu sei muito bem como chego a algumas
pessoas. As redes sociais são uma ferramenta ótima. E quanto mais pessoas sigo
que estão alinhadas com um propósito, mais pessoas e projetos surgem. Tento
perceber um pouco dos projetos e pessoas com quem vou falar para divulgar. Já
encontrei no facebook, youtube, instagram e por sites, assim como já fiz a
gravação de projetos porque me entregaram um flyer dessa pessoa/projeto.
V1.0: Por curiosidade, até hoje quantas entrevistas VM já
fizeste?
R: Mais de cem de certeza. :) Umas 120. Mais ou menos
isso.
V1.0: Que projectos ou pessoas mais te marcaram pela inovação ou
entusiasmo com os seus projectos?
(c) Vida Macro
|
R: Pergunta muito difícil, porque sempre que
estou com as pessoas aprendo imenso, troco experiências. Eu ganho muito ao
fazer isto, porque conheço pessoas extraordinárias com trabalhos lindos. O
Francisco Varatojo ficará sempre no meu coração, pois considerava-o um amigo, e
admirava-o imenso. Ainda admiro, pelo legado que deixou.
A Marta Varatojo, a Geninha, o Marco Fonseca são pessoas que fazem um trabalho extraordinário, e não foi por
acaso que o piloto foi feito com eles. Adoro a energia da Margarida Pereira, do Feeding my purpose; a Marta Cóias é uma pessoa linda; o João da Biovivos é uma
personagem maravilhosa; o Vasco Daniel que tem um trabalho fabuloso; a Ana Rita das Crónicas Ocupacionais, que traz um tema que é pouco abordado; sei lá, só me apetece
falar de todas as pessoas que fazem parte deste projeto. É incrível quantas
destas pessoas estão a tornar o mundo melhor com o seu trabalho, e é isso que
me move a fazer o Vida Macro.
V1.0: No teu estilo de vida incorporas depois algo dos projectos
que vais conhecendo: alimentação, meditação, yoga, terapias?
R: Bem, depois de fazer o programa piloto do Vida
Macro, fui convidado para filmar o ZIMP, o festival de macrobiótica. Posso
dizer que depois de lá estar, me inscrevi no curso anual e completei os 3 anos.
Por isso, a macrobiótica faz parte do meu estilo de vida, da minha abordagem à
vida, e posso dizer que desde que conheci toda esta filosofia em 2013, a minha
vida melhorou imenso. Pratico yoga sempre que posso, embora o meu trabalho por
vezes necessite de mais atenção, e terapias já fiz algumas. Assim posso também
compreender os efeitos e sentir ainda mais confiança na divulgação dessas
terapias.
V1.0: Não deve ser fácil gerir todo o trabalho das filmagens e
pós-edição com outras actividades. Como te organizas? Filmas vários episódios
num só dia? Só aos fins de semana?
R: Fácil não é. Tudo o que é bom na vida requer bastante trabalho, e isto não é excepção. Sou muito organizado. Filmo às 5ªs e
6ªs feiras apenas, fins de semana é raríssimo e evito fazê-lo, porque gosto de
ter esse tempo em família. É muita planificação. Tenho dias em que filmo de
manhã à noite, outros em que faço apenas um projeto. Depende também da
disponibilidade das pessoas. O mais difícil é sair da área da grande Lisboa,
mas adorei ir fazer projetos ao Norte (grande Porto e Coimbra), Algarve e
Fundão. Quero que este projeto seja de Portugal, e não apenas de Lisboa, mas
não é nada fácil.
(c) Vida Macro |
R: Tenho tantas ideias, tantas coisas que quero
fazer, incluir, evoluir. Não sei como estará este projeto daqui a 5 anos, mas
sei que aquilo que já ganhei em 8 meses durará bem mais que 5 anos. O futuro é
incerto, mas será sem dúvida cheio de novidades, novas abordagens e acredito
que será brilhante. Mesmo que termine amanhã, posso dizer que valeu a pena cada
minuto que me dediquei a ele. E isso basta-me.
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